Por outro lado, a empreendedora rural Sílvia Martins, de 42 anos, recebeu um dos prémios de finalista com o projeto “Sentidos da Terra”, que envolve a produção, comercialização e transformação de plantas medicinais, aromáticas e condimentares com certificação em modo de produção biológico, na zona de Vila Verde, Gomide.
A finalista nasceu no Porto e formou-se em Engenharia Biológica pela Universidade do Minho (Braga). Possui também um mestrado em Food Science and Technology na University College Cork, na Irlanda.
Depois de alguns anos a viver fora, começou à procura de terrenos tendo em mente o desenvolvimento do projeto Sentidos da Terra, o que a levou até Vila Verde onde tem 1.5 ha para desenvolver o seu projeto de cultivo biológico e comercialização sustentável de plantas medicinais, aromáticas & condimentares e outros produtos naturais derivados de alta qualidade (Infusões, Condimentos, Sementes, Hidrolatos/Óleos Essenciais).
E, finalmente, Sílvia Santos, de 39 anos, obteve mais um dos prémios de finalista pelo seu projeto “Legumaria”, que se dedica à produção biologica e cultivo de rebentos orgânicos, ricos em proteínas, micronutrientes e antioxidantes para uso alimentar na ilha de Santa Maria, Açores. O seu objetivo é expandir a produção e conseguir ter uma maior rede de distribuição.
Sílvia é formada em Engenharia do Ambiente, pela Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa e possuiu uma Pós-Graduação em Gestão e Marketing. Depois o covid em 2020 mudou-se do continente para a ilha de Santa Maria onde começou a cultivar germinados para consumo próprio e pouco tempo depois começou a vender para empresários locais.
Durante o evento, Clara Serrano, Vice-Presidente da Unidade Comercial do Sul da Europa na Corteva Agriscience destacou que: “os desafios das mulheres rurais aumentam todos os anos. A instabilidade económica, as desigualdades de género, os impactos da guerra na Europa e a subida dos preços da energia trouxeram novas dificuldades cada vez mais difíceis de suportar. Na Corteva, sabemos que as mulheres são a espinha dorsal do mundo rural e acreditamos que a formação e o apoio financeiro são a chave de sucesso para a implementação de qualquer projeto. É com muito agrado que concluímos a 3ª edição deste programa em Portugal, que já soma cerca de 200 candidaturas de mulheres rurais portuguesas. A nossa missão é continuar a empoderar as mulheres rurais neste processo em prol de um futuro agrícola mais sustentável e com melhores condições”.
Por sua vez, Luís Mira, Secretário-Geral da CAP destacou que: “o programa TalentA dá voz às mulheres rurais e reconhece o seu contributo fundamental para garantir a sobrevivência da cadeia agrícola e pecuária.
As 3 novas vencedoras são um impulso para o sector, com projetos que se distinguem pela inovação. É este o caminho para uma agricultura rentável e sustentável, preparada para enfrentar os desafios com que a Europa se depara”
O programa TalentA tem sido apresentado como um exemplo de boas práticas pelo Parlamento Europeu. As três vencedoras vão ter acesso a um programa de formação (e-commerce, redes sociais, plano de negócios, técnicas comerciais, etc.) promovido pela CAP para dotar os projetos de mais ferramentas de trabalho e métricas de sucesso e a vencedora do primeiro prémio irá receber ainda um apoio financeiro de 5.000 € para a implementação do seu projeto.