Diana Valente, é uma jovem agricultora de 27 anos, Licenciada em Engenharia Agropecuária (LEAP) pela Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), tem um mestrado integrado em Medicina Veterinária e concluiu recentemente uma Pós-gradução em Promoção do Bem-Estar Animal no Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA). Desde tenra idade que participa na atividade diária da exploração da família, o que a impulsionou a criar o seu projeto “Prazeres do Mondego”, localizado em Montemor-o-Velho, que tem como atividade principal a cerealicultura (de milho-grão branco e arroz Carolino) e a produção de bovinos de came de raça autóctone portuguesa, Jarmelista, uma espécie que se encontra reduzida a nível nacional e que contribuiu para preservação destes recursos genéticos.
O projeto encontra-se em fase inicial de preparação e planeamento e o prémio será usado para a sua implementação e aquisição de equipamentos necessário à sua atividade, que contribuam para a inovação da exploração e para a aplicação de técnicas de agricultura de precisão.
Por outro lado, a jovem empreendedora Inês Lopes, de 27 anos, recebeu um dos dois prémios de finalista, pelo seu projeto “Ptachio” dedicado a agricultura e produção animal combinadas de pistácio, medronho, azinho e porco alentejano na zona de Arraiolos.
A finalista nasceu em Tomar e formou-se no Instituto Superior de Agronomia. Possui também um mestrado em Engenharia Agronómica. Depois de alguns anos a trabalhar em empresas agrícolas, começou à procura de terrenos, o que a levou até à vila de Arraiolos, no Alentejo. A herdade tem 113 ha e 40 ha serão, já este ano, dedicados à a agricultura e produção animal combinadas.
E, finalmente, Mónica Alves, de 42 anos, obteve mais um dos prémios de finalista pelo seu projeto “Enxertar Ciência na Agricultura”, que tem como objetivo trazer a Ciência para a Agricultura na criação de um centro de I&D em parceria com Universidades e centros de conhecimentos, focado nos problemas agrícolas da região e experimentando tecnologia de precisão, afirmando-se como uma referência de apoio para os agricultores. Já em colaboração com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, a empresa está a apostar na sua capacitação laboratorial, para análise de qualidade da fruta, diagnóstico de pragas e doenças e parâmetros químicos básicos de água e solos. Esta iniciativa é pioneira na região, ao nível da implementação de estratégias eco sustentáveis para a gestão da praga de Drosophila Suzukii e melhoria da produção/qualidade do mirtilo e cereja produzidos na região.
Mónica Alves é Licenciada em Engenharia Biológica na Universidade do Minho. Atualmente a sua microempresa tem uma exploração de 4ha de mirtilo, 10ha de vinha, 1ha de olival, apiário e mistos de culturas. Tem também com objetivo alargar a sua atividade, quer a nível local, quer nacional e criar mais postos de trabalho num concelho onde as mulheres representam 63% dos desempregados inscritos no Centro de Emprego.
Durante o evento, Clara Serrano, Vice-Presidente da Unidade Comercial do Sul da Europa na Corteva Agriscience destacou que: “As mulheres rurais enfrentam desafios cada vez mais difíceis de suportar. As alterações climáticas, a instabilidade económica, as desigualdades de género e os impactos da pandemia. Na Corteva, sabemos que o seu contributo é fundamental para garantir a sobrevivência da cadeia agrícola e pecuária e acreditamos que a formação e o apoio financeiro são a chave de sucesso para a implementação de qualquer projeto. Estamos bastante satisfeitos com os resultados da 2ª edição deste programa em Portugal, que já soma mais de 140 candidaturas de mulheres rurais portuguesas. A nossa missão é continuar a empoderar as mulheres rurais neste processo em prol de um futuro agrícola com mais e melhores condições”.
Por sua vez, Luís Mira, Secretário-Geral da CAP destacou que: “o programa TalentA vem dar voz às mulheres rurais e reconhecer o seu imenso esforço no investimento e na melhoria tecnológica no sector agrícola. As vencedoras representam uma nova vaga de mulheres agricultoras com formação superior e que desenvolvem projetos inovadores, com grande incorporação de tecnologia e conhecimento. É este o caminho para a rentabilidade económica, a sustentabilidade ambiental e todos os desafios que a Europa enfrenta”.
As três vencedoras vão ter acesso a um programa de formação (e-commerce, redes sociais, plano de negócios, técnicas comerciais, etc.) promovido pela CAP para dotar os projetos de mais ferramentas de trabalho e métricas de sucesso e a vencedora do primeiro prémio irá receber ainda um apoio financeiro de 5.000 € para a implementação do seu projeto.
Em 2020 o programa TalentA foi reconhecido como um exemplo de boas práticas pelo Parlamento Europeu e pelo comitê de mulheres da COPA-COGECA.